Ricardo Valez

sábado, 28 de julho de 2001

Amor Vida

Sou eu! Sou mar eterno
Sou Outono sem Inverno
Sou viagem sem razão
Sou primavera sem Verão

Sou, pelo meu vasto conhecimento
Pois vejo o abismo mas não sei o seu tormento
Sou, porque sei o que louvo e o que lamento
Porque vivo à brisa, mas não sei para onde sopra o vento

E para onde sopra o vento?
E quem, ou o quê, é esse vento?
Caminho, destino, futuro vaticínio,
Ou desejo, paixão, esperança pelo seu domínio?

Talvez simples sentimento, leme do coração,
Estradas do que sou mas sem saber o que são?
E o que são? São pedras, são passos
São problemas, buracos, mas amarras dos meus laços

Mas trás nada há, há vazio e escuridão
À frente: tudo o que há para haver pela nossa mão
Há mágoa, há dor, medo e temor
Mas há vida e cor, se há isto há amor

E o que é o amor?
Sou leigo, sei só o seu valor
É pé de cada passo, é boca de cada voz
É força que nos faz mover
Quem não o sente não sabe viver.