Ricardo Valez

terça-feira, 28 de junho de 2005

Vida por que Morte

Caem-me as lágrimas
Arde-me a face
Drena-me o coração
À morte que não nasce

Vem forte e sobre si
Deixa-me só para morrer
Vem por sorte e não de ti
Deixa-me só deixar de ser

À forca que lhe espera
Ávida de tal sorte
A mágoa persevera
Imortal e não por morte

Esqueço o meu cantar
E a melodia que é amor
A nota que tento lembrar
É o dia do seu clamor

A minha mão é efémera
A escrita vem de padecer
A minha paixão é enferma
Se por ti tiver de ser

Estanco o sangue de vida
Estanco o que se derramou
Mas sangro de esta ferida
Sangro por tudo o que te sou

E mostrei-te tudo o que sou
E por ti deixei de o ser
A flama arde que não cessou
Mas qual flama arde sem viver?