Ricardo Valez

quinta-feira, 30 de novembro de 2000

Final do Fantasma do Passado

Era final o tempo que daquela canção
Era final o tempo em que lhe dava a sua mão
Era final o tempo que daquela jovem lua
Era final o tempo em que morreu na vontade que não era sua

E fazia-se fim na canção que juntos haviam cantado
E temia acabar e esquecer a alma por que se havia apaixonado
E que cessasse a melodia que vinda da alma canora
E que a cada dia se aproximasse a indesejada ultima hora

E fazia-se fim À dança pelo qual lhe ofereceu sua mão
Onde haviam dançado Às suas vidas à qual em primazia se abriu seu coração
E rodavam sobre si mesmos, tais almas, naquela dança terminal
E perdia-se no auge da paixão que o fazia esquecer todo o mal

E à luz tenebrosa da forte lua, sob o amor do seu luar
Entre escombros da solidão, fantasmas em regresso para o atormentar
Este, fez-se mostrar em tudo de si, tudo o que tinha e conhecia
Mas eram carne os fantasmas de outrora, e cegava-se à verdade que não via

E por fim fez-se fim numa vontade que já mais sua, e morreu
E deambulando pela sombra, perdeu-se até à nova Primavera, e m luz renasceu
E a luz fez desvanecer a escuridão da memória do fantasma do passado
E reviveu uma vida de amor e paixão pelo caminho que tem tomado.

domingo, 12 de novembro de 2000

A Escolha à Última Folha de Outono

Escolher-se-á à preferência das suas escolhas
A artificial à aquela que a sua original
Aquando à ignorância das suas próprias origens
Porquanto da sua ignorância faz-se a sua futilidade

Mas fiz diferença entre prisão e oportunidade
E dei opção na diversidade da sua escolha
Na qual numa a sua, e noutra nenhuma à folha
Pois só a que caiu, caiu pela sua verdade

E na sua diversão, a sua escolha diversificou
E a folha de Outubro à sua originalidade
Mas em dúvida esperou e à escolha ponderou
Porque bela a ficção do mal à futilidade

Mas certa e forte a sua escolha
Na originalidade da sua folha
E na escuridão que do seu coração
O premio, medalha ou recompensa
Lhe entreguei em sua frágil mão

E uma e a outra também
E eu sem nada fiquei, se na ao ti
Mas fi-lo de alma à sua crença

Porque não há ficção sem realidade
Ainda que na realidade viva toda a sua canção
Onde à beleza, a sua, sem qualquer razão
Porque na realidade há dor, mas também o bem da ficção

Porque há muito mais que salte à vista da matéria
Porquanto toda a matéria à sua carne deteriorar-se-á
Mas só o espírito em magnificência permanecerá.

quinta-feira, 9 de novembro de 2000

Parte da Nova Primavera

Abri atentos os meus ouvidos
E abriu-se também minha compaixão
Porque falaste de boca cheia
E aberto foi teu coração

Assim se compadeceu a minha alma
E desejou apaziguar a trovoada em plena calma
Da qual sentimento crescente pela presença da memória
Pela melodia que da tua voz, pois da alma à tua historia

Porque do mal fez-se todo o bem
E o melhor que a vida tem
É o bem que do mal advém
Porque olho a luz que brilha pela beleza do teu olhar
E sei que vejo a pureza apesar do forte teu pesar

Porque abri também eu, minha alma
E fez-se então entoar uma nova canção
Porque me falaste em ternura na tua amizade
E em verdade, e de lágrima escorrida pelo coração
Pois assim foi que escolhi segurar-te em toda a minha mão

Porque apesar de fechada ser a flor
E pequeno o sentimento que brota do coração
Sei que me és Primavera, mas sem querer o teu Verão

Porquanto, do refrigério da minha mente, é esta a minha vontade
Porque no que se sente, não há sentimento sem realidade
E servir-te-ei de escudo aquando precisares
E refúgio aquando do coração o desejares.