Ricardo Valez

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

É Simples

É simples, tão simples o amor o é
Cegam, porém o orgulho e o rancor, a sua simplicidade
Qualquer alguém de nós que achar que o amor não é simples
é porque é consumido de orgulho e rancor
A qualquer alguém que diga que estou errado nisto
não o vou desmentir nem lhe vou concordar
Não digo que vejo
Sou cego como qualquer um de nós
Mas vejo, penso eu, para além do que vêem os meus olhos
Que olhos tenho eu? Que horizontes vêem os meus?
Horizontes são infinitos; não lhes chego
Olho para além do horizonte e vejo-me a mim mesmo
Sou, no fundo, um espelho do meu orgulho
que me impede, no entanto, de me orgulhar
mas ver, para além de mim e para dentro de mim
Que orgulho não tenho se o tenho fora de mim?!
Sei, por vezes, mais do que devia
Sei sobre tanto e tão pouco me é dado a saber
Tenho só razão sobre estas coisas más
E há tantas coisas más neste mundo que tenho sempre razão
O mundo é mau! Não achas?
Penso que sim
Mas não é o mundo que nos faz
Ora pois, ai da semente que semeie o semeador
Pois afinal é o semeador que semeia a semente
E da semente cresce o trabalho do Homem
Pois é o Homem que faz o mundo
E todos e cada um de nós somos Homens
Queres semear comigo neste mundo?
Queres fazer este mundo comigo?
Como? Como semear o mundo?
Semearemos no mundo aquilo que queremos que ele seja!
Se o quisermos rancoroso, vamos guardar rancor de quem nos ofendeu
Se o quisermos mentiroso, vamos mentir a verdade
Se o quisermos orgulhoso, vamos tirar tudo o que não é nosso e exigir o que é de ninguém
Vamos cegar tudo o que é para alem do demais de nós mesmos
Mas...
Oh doce "mas"
Se o quisermos em amor
Vamos então esquecer o nosso egoísmo e orgulho e rancor
Vamos amar
Só! Só isso!
Amar!
Amar em amor.