O Sol brilha e ilumina mil maravilhas
Mas se olho à sua beleza, nem a quero ver
A Lua?! Essa, canta só o seu romantismo
E se não o compreendo, nem o quero aprender
Ignoro o conto da estrela e o seu cintilar
Ignoro a manha e o doce do meu lar
Cego e surdo, sou à história do meu sonhar
E paro, assim, perante a dança do teu mar
Porque, quem sobe sobre as nuvens
E sob as mesmas não as faz lembrar?
Quem desce sob o mar profundo
E sobre o mesmo esquece o seu embalar?
Ninguém?!
Pois se ninguém
Como posso, eu, entrar em ti
E sobre ti esquecer quem és?
Como posso olhar-te o olhar
Fechar os meus e não lembrar que tu és?
E quem sou eu, sem resposta à minha pergunta?
E quem sou eu, sequer, para fazer tal pergunta?
Se pergunto, pergunto só pela dúvida do que sou
De quem sou, onde estou e a quem me dou
Sou só, alma que vive espontânea na emoção
Sou constante queda para cair só na tua mão
Fecho os meus olhos e vejo mais que a visão
Sou cego na carne mas vejo-te em tudo pelo coração.