Ricardo Valez

domingo, 22 de agosto de 2004

Aquando da Promessa

Por mim foi proferido
Por ti foi lembrado
Para ti foi prometido
Como para mim foi relembrado

Sei portanto tanto quanto tenho dito
Sei cada promessa, cada palavra e escrito
Sei por verdade, e para ti a tenho salvo
Tal é a minha palavra, puro branco alvo

Porque não digo só por dizer
Digo só para cumprir
Tal como a alma que pode ver
Porque se pode ver não pode mentir

Ora aqui, por mais ninguém, tenho estado
Negando pois o que tenho esperado
Porque, fala-me se me chamares
E ouve-me se me falares

Porque somos dois: ventos que ascendem pelos céus
Recíprocos, e da nossa sentença somos réus
E porque tarde não é nunca, pois tarde falarei
E porque esperar é para sempre, pois então esperarei.

Porque tudo muda antes que se diga que acabou
Mas permanece a pergunta: o que foi que já mudou?