Ricardo Valez

sábado, 30 de março de 2002

Encontro

Só espero hoje poder ouvir a tua voz
Só espero deixar a solidão e contigo estar a sós
Só espero hoje poder ver o teu olhar
Só espero cegar, calar e ouvir o teu embalar

Ver o céu cair, a terra partir e o mar erguer
Sobre mim acabar mas deixar e esquecer
Porque a tua mão é mais que a tempestade
E o teu beijo é caos a toda a sanidade

Esqueço tudo para só a ti lembrar
Só lembro nada senão o que me fazes cantar
Faço da escrita a minha voz pelo que faço sentir
Sinto o cair sobre nada e sobre tudo então subir

Esqueço nada e lembro tudo quando tudo tu és
Pelo sentido de sentir nada senão o quanto tudo tu és
E se tudo tu és, nada mais há que possa ser movido
Nada para expressar infinitas palavras a um só sentido

Porque a poesia brota em mim como se à Primavera me cantasses
Mas és quatro estações de mil e uma faces
Porque és como o mar que recua sem eu estar pronto
Como o mar que avança e anseio ao teu encontro.

Sem comentários:

Enviar um comentário