E se eu for porque mo são?!
Serei eu negro, fundo tenebroso
Quando me forem pois por trevas também?
Alguém que me traga o sol
Quando choverem as lágrimas do meu ser
Seja o sol um sorriso
Seja em ausência de orgulho
Por favor
Como o amor de alguém comum
Não peço mais que honestidade
E terei assim o céu limpo
E serei, cinzento amnésico,
Como profundo o seu azul
Alguém que me deixe saber
Que ainda não é vã a minha humanidade
Que possa também eu ser o sol
Guardar a chuva de algum chorar
Alguém que me dê um pouco de humanidade
Alguém que me dê a mão
Quando a terra se abrir sob o meu pisar
Seja essa mão a esperança
Seja, suporte quando tremerem-se-me os pés,
Como o amor que existe sem forçar
Não peço mais que a sua naturalidade
E terei rocha firme
Sob o meu andar
Quando sobre nada me firmar
Alguém que me deixe saber
Que ainda não é vã a minha humanidade
Que possa também eu estender a minha mão
Firmar a raiz de esperança
No solo que pisar qualquer meu irmão
Que seja eu esse alguém
Que seja não só porque vale a pena
A humanidade que há em mim
Que o seja eu pois em novidade
Para aquele que não o merece
Para aquele que me fizer sofrer
Porque, que vale mais a pena?
Que o seja porque mo são,
Ou ser para que o possam ser?
E se o for porque mo são?!
Serei eu negro, fundo tenebroso
Quando me forem pois por trevas também?
Eu serei para que possam ser!
Eu farei a luz onde luz não houver
Eu fá-los-ei fartos onde fome houver
Farei caminho quando caminho nenhum se encontrar
Farei o mundo amar e amá-lo-ei eu também
Amá-lo-ei antes de me amar
Amá-lo-ei quando me odiar
Farei o mundo valer a pena da sua humanidade
Pela humanidade que há em mim.
Vai trabalhar, malandro.
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