Ó mundo, decrépito mundo
O teu fogo arde mais
Mas sempre és o segundo
Nunca deixaste de ser
Pelo fogo
Que não se fez arrefecer
Passas e voltas a passar
Ora não sobre ti somente
Porque tens vida mas sem viver
Pois quão decrépito o que se sente
Não há viagem nem tempo
Que se faça maior gravidade
Porque é a luz que te faz brilhar, ó mundo
O porque vives, sua demente sanidade
Oh mundo! Vives pelo fogo que te arde
E levantas-te senão por cinzas, funerais
Arde agora mundo eu! Arde alma cobarde
Deixa de lhe ser e vive bem e mais!
Se me houvesse ainda honesta alegria
Rir-me-ia então, aberto à tua amarga ironia
Porque choro, não por cobardia
Mas pelo destino que ver nem posso.
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