Ricardo Valez

sábado, 12 de agosto de 2000

O Quanto Foi

Ao acordares, cantar-te-á o pássaro primaveril
Defronte cortinas de seda, flutuantes ao vento suave e gentil
E de luto à falecida chuva, gotejar-te-ão, em harmonia, cada gota irmã
E cedo antes do fogo de Este, já tu brilharás e iluminarás toda a manhã

Porque és mais que a noite, mais que o nascer de um dia
Maior que o amor e a dor, maior que a tristeza e a alegria
Porque menor é a água e o fogo, és pura em ardente delito
És meu passado, presente e futuro, és meu eterno infinito

Porém, o ontem é só dorida memória de um singular amor
Do qual, hoje, me inspiro para a ti me expressar em clamor
Para que amanhã me lembre deste dia na tua presença ausente
Fria e cruel memória de um ontem ainda tão presente

Porque é amargo, escuro ciclo vicioso
Soldado treinado, maligno e nunca ocioso
Porque maior é a minha fé e o meu cantar em ti
Mas és tudo em mim, és vida morta de nada de quanto vi.

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